SICÓNIO
texto + imagem A. Rafael da Silva
quando o verão entrar no meu coração
e a beleza do céu seco me convencer
hei-de erguer-te uma figueira de perfume doce como o mel
para que colhas o fruto da minha paixão
e te lembres de mim sem mágoa
verás no coração do fruto o meu rosto e o meu texto
dito em voz alta, pela minha boca imóvel na tua boca
como um murmúrio vulcânico,
um eriçador de pele, e de fome
e elevarás os punhos em direcção ao céu
seco e belo, e desdobrarás as mãos no azul
e na tua boca aflorará sicónio
e lembrar-te-ás do que é sorrir
hei-de erguer-te uma figueira de perfume doce como o mel
para que colhas o fruto da minha paixão
e te lembres de mim sem mágoa
verás no coração do fruto o meu rosto e o meu texto
dito em voz alta, pela minha boca imóvel na tua boca
como um murmúrio vulcânico,
um eriçador de pele, e de fome
e elevarás os punhos em direcção ao céu
seco e belo, e desdobrarás as mãos no azul
e na tua boca aflorará sicónio
e lembrar-te-ás do que é sorrir